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Primeira instalação funerária de compostagem humana será lançada em 2021

Um novo método, alternativo ao padrão de cemitério ou crematório, está por vir em breve. Em 2021, os moradores de Washington, nos EUA, poderão encerrar suas vidas passando por um processo de compostagem humana.
Após a concretização da lei que autoriza uma “redução natural orgânica”, restos do corpo humano poderão ser convertidos em terra e adubo. A legalização ocorreu no estado no início deste ano para entrar em prática na primavera de 2021.
A primeira empresa a oferecer este tipo de serviço será a Recompose, com sede em Seattle. De acordo com o site da mesma, “a transformação do ser humano em solo acontece dentro dos vasos de recomposição hexagonais reutilizáveis. Quando o processo terminar, as famílias poderão levar para casa parte do solo criado, enquanto os jardins no local lembrarão que toda a vida está interconectada”.
Fundada em 2017, a empresa se uniu a associados à Universidade Estadual de Washington para desenvolver a abordagem. Em geral, o método consiste em acelerar a decomposição natural, colocando o corpo em um contêiner com palha, lascas de madeira e alfafa. Lá, são criadas condições ideais de umidade e oxigenação para que as bactérias façam o trabalho mais rápido. Sob uma temperatura entre 49ºC e 71ºC, o corpo vira adubo em cerca de 30 dias.
Outro importante argumento determinante da legalização deste procedimento foi a questão ambiental. De acordo com a Recompose, ele possui menor impacto ambiental que a cremação ou enterros tradicionais, por sua capacidade de sequestrar o carbono atmosférico do solo. “Minimizam o desperdício, evitam poluir as águas subterrâneas com o fluido de embalsamento e evitam que as emissões de CO2 da cremação e da fabricação de caixões, lápides e túmulos”, escreveu a empresa.
A Polêmica
Apesar dos benefícios, uma discussão foi erguida a respeito da possibilidade de um adubo originado pela decomposição de um cadáver disseminar doenças. Afinal, indivíduos morrem por diversas razões, que podem envolver situações infecciosas ou de órgãos comprometidos.
Justificando a problemática, a empresa diz que o método não estará disponível para todos e a elegibilidade do processo será verificada pelos profissionais de saúde que certificaram o óbito ocorrido.
O valor
Por pessoa, o valor estimado até o momento é de US$ 5.500. O processo de recomposição custa mais que uma básica cremação, porém menos que a maioria dos funerais.
O custo inclui transporte para habitantes de Washington, mas a recomposição também estará disponível para indivíduos de outros estados que providenciarem transporte.  
“Morte Urbana” e sua composição
O projeto, que ganhou este nome, foi inicialmente proposto pela arquiteta Katrina Spade, através de uma bolsa de estudos ambientes na cidade de Seattle. Foi criado um edifício de três andares para os testes de compostagem em humanos.
Desde o início, o objetivo é que as pessoas mais próximas do ente que se foi possam levar para casa parte deste material obtido, usando-o como adubo. É uma forma de lembrar que corpos também podem possuir nutrientes e contribuir com a questão ambiental.
A proposta da arquiteta funciona de forma simples: mistura-se ao corpo disposto alguns materiais ricos em nitrogênio e outros em carbono. Madeira, serragem, por exemplo, são alguns que acrescentam a umidade necessária. O restante do processo fica por conta dos micróbios, que não deixa desagradáveis cheiros caso feito corretamente.